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Um mundo

Meus pais!



Meu Pai meu super herói, minha mãe minha guia de luz!
Lembro sempre de meu pai, principalmente quando estou em dificuldades, parece que o sábio
ainda me inspira e me aconselha!
Amo e sempre amarei meu pai.
Todos os dias, com grandes dificuldades aparentes, ele acordava e animava todo mundo.
Sempre a frente, dedicou sua vida por todos nós, seus filhos e por minha mãe.
Minha mãe:
Falar da minha mãe é falar da sua energia que a tornava  dura.

Ao mesmo tempo, a doce imagem dela fazendo crochet e tricot, que sempre vinha com conselhos e conversas sábias.

Precisava trabalhar, era professora primária e seu salário era importante para sustentar a casa.

Histórias de vida contada e cantada através das gerações:

Minha mãe tinha uma estatura pequena e frágil, era filha única, nasceu em casa em uma cidade do interior paulista, e era tão pequenina que cabia em uma caixa de sapato e na época, sem hospitais de alta tecnologia, ninguém acreditava que iria sobreviver, mas não só venceu a luta pela vida como venceu a luta de seus ideais. Minha avó morreu quando ela tinha seis anos e meu avô se casou de novo e minha mãe foi criada pelos irmãos da minha avó.

Amava lecionar, dizia sempre que quando estava na sala de aula esquecia de tudo, o que me fazia sentir ciúmes(o que hoje posso contar); no dia dos professores sempre vinha para casa carregada de presentes, e era dia de festa para mim.

A mensagem que minha mãe deixou foi de sempre lutarmos honestamente pelos nossos ideais, sempre darmos um passo a frente, com coragem.

Grande Mestra do saber. Carregava em seus ombros a doçura das rosas e o peso dos espinhos. Em seu olhar, emanava o brilho da inocência e da bondade infinita. Grande presença e eterna lembrança! Suave Criatura! que por aqui aportaste sem que revessemos teu riso sereno, partiste levando um tanto da essência de todos nós. Fica em Paz em teu leito contínuo , se perca em tolices, alegres festins, revigora em si a eterna vida, vira-te em cor de eterno sabor da vida perdida , entre tantos, lutaste! Dá nos um tanto, por favor! da sua coragem, vai em paz, serena criatura, te sacia em amor, e perca sua dor. Lições deste, lições tomaste, tempera em teu seio o flagelo do ser perfeito te faça em paz, serena, Pequena criatura, serena!



Venho de uma família de muitos filhos(7), e sendo eu a penúltima filha, cresci no meio de muita gente,cada um com coisas para fazer, todos em busca de uma vida melhor.

Minha mãe já envelhecida pela luta diária, era professora primária, tentava coordenar a casa.

Meu pai

Lembro de quando cantava a música Cabocla para a minha mãe e lógico estendia para as filhas ciumentas.

Era gráfico, acordava bem cedo todos os dias e cantando, fazendo barulho, animado porque fazia o que gostava. Lutou muito, e sempre ressaltou a honestidade e  trabalhava de sol a sol, só pensava na família, nos filhos e nos netos.

Nas horas em que eu precisava, ele sempre tinha uma palavra sábia da experiência de seus árduos anos de muita luta para preservar a família unida, que era seu objetivo.

Ficamos afastados muitos anos, casei, tive minhas filhas e ele sempre trabalhando com o meu irmão na gráfica.

Mas, a vida fez um arranjo para que eu tivesse a oportunidade de conviver nos seus últimos anos, já viúvo e muito só. Quando ele começou a vir em minha casa, as minhas filhas adoravam porque ele sempre foi carinhoso e brincalhão, eu tive a oportunidade de conversar muito com ele, e foi um período muito rico para mim.

Contava para nós histórias da infância, no início do século XX,  por volta de 1925 e como a vida era tranqüila,podia se brincar na rua até tarde, as pessoas conversavam nas calçadas.

E sempre falava o quanto amou e ainda amava a minha mãe, e que nenhuma mulher foi mais importante para ele do que ela e lógico depois estendia para as filhas e filhos.

Aos 14 anos trabalhava na papelaria do meu avô e minha mãe ia comprar materiais e começaram a conversar e a namorar, mas só de conversas, antigamente era assim, e nunca mais se separaram, viveram uma vida com muita luta com muitos altos e baixos, mas continuavam juntos, minha mãe sempre apoiou o meu pai.

Lembro de um dia com chuva muito forte e ele tinha que trabalhar e ele colocava jornal dentro do sapato porque estava furado, e assim amenizava um pouco o desconforto, mas ele nestas horas se enchia de orgulho e dizia: "me orgulho porque sou trabalhador honesto, não temos muito, mas sou um homem honrado e honra não se compra."

Nos momentos de reflexão, sempre encontro nas lembranças de seus conselhos a paz e a energia para continuar a luta da vida com satisfação e amor.

Anjo e Luz que sempre me acolheu, fique em paz.

Meu pai junto com a minha mãe, passaram por diversas fases de governo, os governos passaram, infelizes, mas meu pai e minha mãe ficaram, e lembro como reagiam com brandura e fé.





Uma reflexão sobre mim

Desde os meus 8 anos, quando ia a casa de minhas tias, eu já tinha contato com a  arte, e de como em minha casa esse assunto parecia tabu, artista morre de fome.Na casa de minhas tias, no interior de SP já se falava em poesia e arte, e eu me interessava muito; lembro que uma tia que era muito religiosa, me levava para ver as imagen de santos em barro e  em tela, em fotografias espalhadas pela casa antiga e muito grande. Enquanto essa tia me mostrava e falava das qualidades e dos milagres dos santos, eu até ouvia, mas  ficava pensando em quem havia pintado aqueles quadros, e ela me explicava que o artista criava as figuras.Tinha a história de um tio que era pintor mas já tinha morrido na época e  havia alguns quadros dele pela casa.Através das histórias da família, percebi que esse era  o meu caminho e minha fonte de energia que me ajudaria a viver melhor neste mundo.Quando voltava para a minha casa na cidade, a preocupação já era outra, e assim o tempo foi passando, entre estudos com bons e maus resultados.Na época de vestibular, na faculdade, reascendeu em mim a possibilidade de estudar arte, parecia algo impossível, talvez a minha própria insegurança, medo de não ser bem sucedida, de me expor e sair machucada.Estudei artes, mas não fui até o fim, pois os custos eram altos, mas nunca mais deixei minhas tintas, pincéis, lápis, papel, argila.Hoje, com filhas criadas, fiz muitos cursos com artistas diversos para aprimorar mais a técnica, assumo minha vida artística e sem medo de ser feliz.Lembro com carinho daquela tia, que me contava as histórias da família, contos de fadas à noite antes de dormir que me faziam sonhar com reinos encantados, príncipes, princesas e muita magia, e mesmo vivendo em um mundo às vezes tão cruel, o encanto colado com a esperança e a fé no Criador está dentro de mim.